Poliglotas e seus idiomas pouco conhecidos: Georgiano

“Um lugar devastado, no sentido político e econômico , pelo comunismo e pela corrupção se transformou em um dos países mais abertos a negócios no mundo moderno.”

Essa frase eu ouvi em um documentário que falava a respeito das importantes atitudes assumidas pelo povo georgiano que levaram o país deles a uma guinada jamais vista.

O assunto é interessante, mas o nosso foco é em idiomas.

Vamos dar continuídade à série “poliglotas e seus idiomas pouco conhecidos” .

Se você não sabe sobre o que estou falando, deixe-me resumir:

Iniciei um quadro novo com o intuito de promover a experiência de pessoas em idiomas poucos conhecidos, mas que são muito importantes. Tudo isso por meio de um questionário de 5 questões. O propósito em si é entregar a você uma referência e, de algum modo, te ajudar.

Para mais informações, clique aqui para ser redirecionado ao post que marca o início desse novo quadro.

O nosso entrevistado de hoje, no formato pergunta e resposta, é o Hidson Guimarães.

Se você é um leitor deste blog, provavelmente já ouviu falar dele.

No entanto, eu tenho uma frase em minha defesa: “Uma pessoa que fala não só 4, 8 ou 9 idiomas, mas 18 é alguém que deve ser ouvido, pelo menos duas vezes “.

Foi levando essa afirmação de um filósofo brasileiro de nome Haniel (qualquer semelhança é mera coincidência) que eu o chamei pela segunda vez.

Na primeira, ele falou um pouco sobre o idioma estoniano. Se ainda não leu essa publicação, clique no link abaixo :

Poliglotas e seus idiomas pouco conhecidos: Estoniano.

Sem mais delongas, vamos ao conteúdo deste post.

Primeira pergunta : Qual foi o motivo de você ter escolhido estudar o Georgiano? 

O georgiano foi uma afinidade de cara. Por ser um idioma praticamente isolado (não pertencendo a uma grande família), pelo alfabeto, pela geografia, arquitetura e hospitalidade do povo, por também estar passando por esse desafio de se inserir no mundo pós-URSS e pelas características gramaticais.

Segunda pergunta : Quais foram as principais dificuldades que você encontrou ao estudar tal língua ?

Comecei pelo georgiano, e durante muito tempo minha dificuldade foi falta de material. Não havia o Google Tradutor, então eu usava muitos materiais que não conseguia entender direito. Até 2015 não havia materiais suficientes em inglês para aprender georgiano, e eu me virava com os materiais em alemão. Havia muita coisa em russo, e eu pegava só as partes em georgiano para conversação, e tentava entendê-las de alguma forma. Com relação à gramática, os verbos são bem complexos. São vários tempos verbais, alguns têm uma formação bem irregular e utilização, idem. As conjugações não são separadas por terminações do infinitivo como em português, mas pela sintaxe do verbo: se é transitivo, passivo, intransitivo ou indireto. O objeto pode vir inserido no próprio verbo, e muitos prefixos e sufixos acabam sendo ambíguos.

Terceira pergunta: Qual aspecto cultural do país onde esse idioma é falado você mais gostou ?

Na Georgia, eu mais gostei da hospitalidade das pessoas, a facilidade de se fazer amizade. A variação de clima e de cenários, o vinho, a arquitetura, o fato de ser cristão ortodoxo e de ter um prato nacional que é um pão com queijo.

Quarta pergunta : Como você recomenda estudá-lo ?

Georgiano: começar com uma visão geral sobre o sistema verbal, sem aprofundar nas tabelas de verbos; aprender os casos, que são mais simples do que o russo; aprender verbos indiretos de sensação, como gostar, amar, parecer, que funcionam com uma sintaxe diferente. Aos poucos, ir aprofundando.

Quinta pergunta : Quanto tempo você acredita que dura para atingir um nível conversacional no idioma em tela, já considerando as dificuldades peculiares ?

Com 2 horas por semana, ou seja, por volta de 100 horas por ano, em 1 ano e meio já dá para ter boa parte de conversações básicas e interagir com falantes nativos.

Hidson, muito grato por ter topado essa entrevista.

Novamente, muito grato !

Bom, espero que esse post tenha de algum modo ajudado você.

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Observação:

Revisão feita por Lincon.

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Sobre o Autor

Victor Haniel
Victor Haniel

Opa. O meu nome é Haniel, tenho 22 anos, gosto de aprender idiomas e atuo na área do marketing e na área de tecnologia do Clube Poliglota Brasil. De modo resumido, é isso. Estou aqui para te ajudar!

2 Comentários

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  1. Massa. Teve um tempo que comecei a estudar mas não demorou muito pela loucura da vida. Mas tava quase com o alfabeto já mestrado! ahehaeh

  2. Parabéns pela postagem. O georgiano sempre foi um idioma que me chamou a atenção, especialmente por possuir a estrutura SOV e me interessei especialmente, pois conheci uma georgiana no Japão dizendo que traduzia do idioma dela para o japonês sem pensar muito na ordem das palavras. O alfabeto é um pouco intimidador, mas ainda estudarei esse idioma.