Hoje, enquanto eu coçava o saco durante o meu ócio criativo, pensei “meu, quais são os idiomas pouco conhecidos, mas que são muito importantes ?”
Na minha mente, um surgiu: o estoniano .
Devo ter pensado nele por conta da tamanha evolução política e econômica, em um relativo curto espaço de tempo, vivenciada na Estônia.
Descobri uma coisa, mas outra questão surgiu : quem é o maluco(a) no Brasil que fala essa idioma?
Tem lugar mais irado do que o Clube Poliglota Brasil para encontrar esse tipo de pessoa ? Não.
Perguntei no grupo e um camarada se manifestou.
Fui além. Perguntei sobre quais idiomas ele fala. Cai da cadeira.
O camarada fala Português, Inglês, Espanhol,Papiamento ,Francês, Italiano, Alemão, Norueguês, Georgiano, Russo, Estoniano, Mandarim, Catalão, Esperanto, Grego Moderno, Hebraico Moderno, Indonésio e Guarani, em diferentes níveis.
Imediatamente, pensei na possibilidade de criar um quadro no blog sobre idiomas poucos conhecidos e falados por brasileiros (ou por pessoas que gostam da cultura brasileira ) para motivar você, nosso leitor. E Isso se materializa hoje.
O primeiro a ser “entrevistado”, no formato ping-pong, vai ser o Hidson Guimarães, o piá que me derrubou da cadeira hoje à tarde.
Primeira pergunta : Qual foi o motivo de você ter escolhido estudar o Estoniano ?
Eu gosto de variar as minhas escolhas pelas diferentes famílias. O estoniano foi meu primeiro idioma *fino-úgrico. Preferi o estoniano porque tinha muito interesse em saber como a Estônia se saiu após o fim da URSS, como o país se organizou. Além disso, o estoniano não tem harmonia vocálica e me interessou mais pela sonoridade.
Segunda pergunta : Quais foram as principais dificuldades que você encontrou ao estudar tal língua ?
O estoniano também tem um sistema verbal extremamente complexo, e o sistema de casos também. O sistema de numeração depende desses casos e fica difícil até contar no meio de uma frase. São três casos básicos que formam os demais casos de posição, mas para chegar do nominativo ao genitivo e partitivo sem conhecer a história das línguas fínicas vira quase uma situação de que a maioria dos substantivos são irregulares. Os materiais para o nível B1 em diante são escassos.
Terceira pergunta: Qual aspecto cultural do país onde esse idioma é falado você mais gostou ?
Na Estônia, eu gostei da parte histórica de Tallinn, a cultura universitária de Tartu, a maneira com que o país abraçou a modernidade ao mesmo tempo retomando os laços com a Finlândia e se tornando um celeiro de start-ups, a luta contra a burocracia.
Quarta pergunta : Como você recomenda estudá-lo ?
Estoniano: manter uma tabela para os casos genitivo e partitivo (há um site onde é possível acessar todas as formas dos substantivos. Estudar os sistemas verbais mais importantes. Aprender bastante a conversação para poder usar frases mais rotineiras mesmo sem dominar a questão gramatical. Como exemplo, o possessivo se exprime de forma indireta, e os casos de localização produzem sentidos abstratos também.
Quinta pergunta : Quanto tempo você acredita que dura para atingir um nível conversacional no idioma em tela, já considerando as dificuldades peculiares ?
Com 2 horas por semana, ou seja, por volta de 100 horas por ano, em 1 ano e meio já dá para ter boa parte de conversações básicas e interagir com falantes nativos.
Hidson, muito grato por ter topado essa entrevista.
Novamente, muito grato !
Bom, espero que esse post tenha de algum modo ajudado você.
Se você gostou dessa “entrevista” e gostaria de entrar em contato com o participante de hoje ou acompanhar o trabalho do mesmo, pode acessar as redes sociais dele logo abaixo:
Observações:
*As línguas fino–úgricas ou fino-ugrianas são um grupo de línguas faladas por cerca de 25 milhões de pessoas, em áreas limitadas, desde a Finlândia, a Lapónia e a Hungria até à Sibéria oriental, de acordo com a wikipédia..
Revisão feita por Agatha.
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4 Comentários
TOp. Demais.. Inspiração de ambas as partes!
[…] não sabe sobre o que estou falando, clique aqui e seja redirecionado ao post que deu início à […]
Muito Interessante a história da estônia…. E como lidam com a economia e sociedade.
[…] está entendendo o que significa o quadro “poliglota e seus idiomas pouco conhecidos”, clique aqui para ser redirecionado à página inicial, onde eu escrevi o texto de apresentação dessa série de […]